Pombos: conheça os riscos que eles trazem para a saúde



Os pombos são aves que vivem com facilidade nas cidades, morando em edificações onde costumam fazer seus ninhos em telhados, forros, caixas de ar condicionado, torres de igrejas e marquises. Causam prejuízos por danificar as estruturas dos prédios.

Por serem simpáticos e símbolos da paz, algumas pessoas gostam de alimentá-los com restos de comida, pão, pipocas, que são alimentos inadequados e prejudicam a saúde dos animais, além de viciá-los.

Como dificilmente são caçados por outros animais, sua população cresce muito rápido e o aumento de sua quantidade tornou-se um grave problema de saúde, pois, podem causar várias doenças graves que podem levar à morte ou deixar seqüela, destacando-se:

- salmonelose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com fezes animais;
- criptococose: doença provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e isolado nos excrementos de aves, principalmente pombos;

- histoplasmose: doença provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos (células reprodutoras do fungo);

- ornitose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou com seus dejetos;

- meningite: inflamação das membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
Medidas de controle:

- retirar ninhos e ovos;
- umedecer as fezes dos pombos com desinfetante antes de varrê-las;
- utilizar luvas e máscara ou pano úmido para cobrir o nariz e a boca ao fazer a limpeza do local onde estão as fezes;
- vedar buracos ou vãos entre paredes, telhados e forros;
- colocar telas em varandas, janelas e caixas de ar condicionado;
- não deixar restos de alimentos que possam servir aos pombos, como ração de cães e gatos;
- utilizar grampos em beirais para evitar que os pombos pousem;
- acondicionar corretamente o lixo em recipientes fechados;
- nunca alimentar os pombos.

É muito importante para nossa saúde controlar a população desses animais na comunidade, fazendo com que eles procurem locais mais adequados para viver, com alimentação correta e longe dos perigos das cidades. Um pombo na cidade vive em média 4 anos, enquanto que em seu ambiente natural pode viver até 15 anos.


http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/238_pombos.html

Aspecto das fezes pode revelar várias doenças

Aspecto das fezes pode revelar várias doenças

vaso-sanitarioQuando se fala em cocô, existe vergonha e receio pela maioria da população, mas essa conversa deveria ser algo normal e habitual, principalmente por ser uma forma de entender a saúde do organismo do paciente. A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) indica que aspectos das fezes como consistência, cheiro, coloração e formato devem ser observados para verificar se há algo que não está funcionando bem no intestino.
“O mais importante é que todo e qualquer tipo de secreção que nosso corpo expele precisa ser observado, não só as fezes. Outros excrementos como a urina também precisam ser analisados em termos de cor e odor”, explica Tomazo Franzini, diretor da Sobed. Ele reitera que o cocô pode revelar dizer como está o funcionamento geral do intestino e também como está a absorção dos nutrientes de acordo com a consistência, odor e formato das fezes. Franzini revela que as fezes consideradas normais são caracterizadas como fezes cilíndricas, compridas e com aspecto macio. Isso indica que ao passar pelo intestino tiveram um bom trânsito e nenhum tipo de obstrução que atrapalhasse a passagem.
Franzini, que é endoscopista digestivo, alerta que as fezes indicam se a ingestão de nutrientes for em baixa quantidade, além do consumo de água, que é extremamente importante e ajuda com que a massa fecal fique numa consistência mais amolecida. “Pessoas que fazem pouco consumo de água e fibras, encontradas nas frutas, verduras e saladas, acabam evoluindo com fezes ressecadas, em formato de bolinhas endurecidas”, conta. Além disso, alteração do calibre das fezes é uma das primeiras indicações de câncer de intestino. “Ao olhar as fezes é indicado analisar também seu formato, caso o intestino tenha uma obstrução as fezes, ao passarem por ela, se moldam àquela região e ficam mais afiladas, o que indica estreitamento de alguma parte do intes tino. Nesses casos, o exame da colonoscopia é fundamental para o diagnóstico feito de forma rápida e indolor.
O segundo cérebro do corpo – Com cerca de 100 milhões de neurônios conectados à região cerebral, diversos estudos e teses científicas apontam o intestino como o segundo cérebro do corpo humano. O órgão, que é dividido em delgado e grosso, é um dos mais importantes redutos de produção da seratonina (cerca de 80%), o neurotransmissor responsável por nossas sensações, tanto físicas, quanto emocionais. Por isso, seguir uma alimentação saudável é indispensável para o funcionamento correto dessa substância no organismo. Em um trecho do seu livro “O Cérebro Desconhecido”, o Helion Póvoa, um dos maiores estudiosos no assunto, enfatiza a importância do bom funcionamento do intestino para a sensação de bem-estar e relaxamento e salienta o trabalho da boa alimentação para isso.
O intestino é responsável pela absorção da maioria dos nutrientes (função do intestino delgado) e pela absorção da maior parte de água (função do intestino grosso) no organismo. Em seu trabalho normal, os alimentos devem percorrer todo o sistema digestivo a uma velocidade metabólica ideal, para que a massa alimentar e o bolo fecal não fiquem retidos (em qualquer parte do seu trajeto) mais do que o tempo necessário. Alimentos ricos em fibras como cereais, verduras e frutas, além da muita hidratação (cerca de 2 litros de água), devem ser ingeridos diariamente. A inclusão de alimentos com probióticos, encontrado em iogurtes, leite e derivados, contribui para fortalecer o sistema imune, regular o intestino e melhorar a absorção de muitos nutrientes da alimentação, também são fundamentais. Além disso, a higiene alimentar e a higienização dos intestinos também são essenciais à prevenção e à reversão dos quadros de distúrbios emocionais e problemas mentais.
O que cada formato e cor do cocô indica na saúde
Formato
– Cocô em bolinhas: indica falta de fibras e líquidos.
– Cocô comprido, cilíndrico e com rachaduras: indica que as fezes permaneceram muito tempo no cólon. Além disso, é necessário consumir mais água e frutas.
– Cocô comprido e com algumas rachaduras na superfície: considerado normal, mas pode indicar princípio de desregulação nos processos intestinais. Beba mais água.
– Cocô comprido, macio e em formato cilíndrico: tipo de fezes ideal. Indica bom transito intestinal.
– Cocô com gotas macias e divididas: aponta carência nutricional e desidratação. Coma mais legumes cozidos, grãos, aveias e frutas.
– Cocô totalmente líquido: indica diarreia. Beba bastante líquido, evite alimentos gordurosos e fique de repouso.
fezes-tiposCores
Verde – A causa comum é diarreia. O consumo recente de antibióticos, ingestão de alimentos e bebidas verdes ou ingestão de ferro também pode deixar as fezes nessa cor. Comum em bebês que só se alimentam de leite materno.
Preta – Sangramento no trato gastrointestinal alto – esôfago, estomago ou duodeno. Pode indicar também consumo de medicamentos ou suplementos de ferro.
Amarelo – Infecção intestinal, má digestão, doença celíaca ou em decorrência de alimentação rica em gordura.
Branca ou clara – Podem indicam sinais de doenças como hepatite, cistos hepáticos ou cirrose.
Vermelha (com sangue) – Indica doenças com sangramentos ativo mais comumente do trato intestinal baixo que podem incluir: hemorroidas, divertículos, colite e tumores.
Cor saudável – O ideal é que seja marrom, ainda que existam diversas variações e tons que também pode ser saudáveis como verde e amarelo.
Fonte: Bem Paraná

A BACTÉRIA H. PYLORI

H. Pylori, ou Helicobacter Pylori, é uma bactéria que se aloja no estômago ou intestino, onde prejudica a barreira protetora e estimula a inflamação, podendo provocar sintomas como dor e queimação abdominal, além de aumentar o risco para o desenvolvimento de úlceras e câncer.
Esta bactéria normalmente é identificada durante o exame de endoscopia, através de uma biópsia ou através do teste da urease, que são os métodos mais comuns para a detecção da bactéria.  
Já o tratamento é feito com a associação de remédios como Omeprazol, Claritromicina e Amoxicilina, prescritos pelo clínico geral ou gastroenterologista, sendo também muito importante adotar uma dieta que ajude a aliviar os sintomas da gastrite, devendo-se apostar em vegetais, carne branca, e evitar excesso de molhos, condimentos e alimentos industrializados. 
Como se pega e como tratar a bactéria H. pylori

Como é feito o tratamento

É muito comum ter a bactéria H. pylori sem haver sintomas, muitas vezes sendo encontrada em um exame de rotina, entretanto, o tratamento só é indicado na presença de algumas situações, como:
  • Úlcera péptica;
  • Gastrite;
  • Tumor intestinal, do tipo carcinoma ou linfoma gástrico;
  • Sintomas, como desconforto, queimação ou dor de estômago;
  • História familiar de câncer gástrico.
Isto porque o uso desnecessário de antibióticos aumenta as chances de resistência de bactérias e de provocar efeitos colaterais. Saiba o que comer para evitar os efeitos colaterais e que alimentos ajudam a combater a H. pylori.

Remédios para tratar H. pylori

O esquema de remédios mais comumente feitos para curar a H. pylori são a associação de um protetor de estômago, que pode ser Omeprazol 20mg, Ianzoprazol 30mg, Pantoprazol 40mg ou Rabeprazol 20mg, com antibióticos, geralmente, Claritromicina 500 mg, Amoxicilina 1000 mg ou Metronidazol 500mg, que podem ser usados separadamente ou associados em um comprimido, como o Pyloripac.
Este tratamento deve ser feito em um período de 7 a 14 dias, 2 vezes ao dia, ou conforme orientação médica, e deve ser seguido rigorosamente para evitar o desenvolvimento de bactérias resistentes aos medicamentos. 
Outras opções de antibióticos que podem ser usadas em casos de infecções resistentes ao tratamento são o Subsalicilato de bismuto, Tetraciclina, Tinidazol ou Levofloxacino.

Tratamento caseiro

Existem alternativas caseiras que podem complementar o tratamento com remédios, pois ajudam a controlar os sintomas estomacais e a controlar a proliferação de bactérias, no entanto não substituem o tratamento médico. 
O consumo de alimentos ricos em zinco, como ostras, carnes, gérmen de trigo e grãos integrais, por exemplo, além de fortalecer o sistema imune, facilitam a cicatrização das úlceras e diminuem a inflamação no estômago.
Já alimentos que ajudam a eliminar a bactéria do estômago, como iogurte natural, por ser rico em probióticos, ou tomilho e gengibre, por terem propriedades antibacterianas também podem ser uma ótima forma de auxiliar o tratamento.
Além disso, existem alimentos que ajudam a controlar a acidez e diminuir o desconforto causado pela gastrite, como a banana e a batata. Confira algumas receitas de tratamentos caseiros para gastrite e veja como deve ser a dieta durante o tratamento de gastrite e úlcera

Como se transmite

A infecção pela bactéria H. pylori é muito comum, existem indícios de que se pode pegá-la através da saliva ou do contato oral com água e alimentos que tiveram contato com fezes contaminadas, entretanto, a sua transmissão ainda não foi totalmente esclarecida. 
Assim, para prevenir esta infecção, é muito importante ter cuidados com higiene, como lavar as mãos antes de comer e após ir ao banheiro, além de evitar dividir talheres e copos com outras pessoas. 

Como identificar e diagnosticar

É muito comum haver a infecção por esta bactéria, sem que ocorram sintomas. Entretanto, ela pode destruir a barreira natural que protege as paredes internas do estômago e intestino, que sofrem efeitos do ácido gástrico, além de aumentar a capacidade de inflamação dos tecidos desta região. Isto provoca sintomas como: 
  • Dor ou sensação de queimação no estômago;
  • Falta de apetite;
  • Enjoo;
  • Vômito;
  • Fezes com sangue e anemia, como consequência da erosão das paredes do estômago.
O diagnóstico da presença de H. pylori é feito, geralmente, com uma coleta de biópsia de tecido do estômago ou duodeno, com a qual podem ser feitos testes de detecção da bactéria, como o teste da urease, cultura ou avaliação do tecido. Veja como é feito o teste da urease para detectar H. pylori.
Outros testes possíveis são o teste detecção respiratória da ureia, sorologia feita por exame de sangue ou o teste de detecção fecal. Veja outros detalhes sobre como identificar os sintomas de H. pylori.


TUA SAÚDE

Sintomas da Dengue

Sintomas da Dengue

Prof. Luiz Alberto Carneiro Marinho
UFRN - Fonte: Portal Saúde MS
Confira os sintomas da Dengue
O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias, e o intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É só depois desse período que os sintomas aparecem. Geralmente os sintomas se manifestam a partir do 3° dia depois da picada do mosquitos.
Sintomas
seta Dengue Clássica
Mais Febre alta com início súbito.
Mais Forte dor de cabeça.
Mais Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos.
Mais Perda do paladar e apetite.
Mais Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores.
Mais Náuseas e vômitos·
Mais Tonturas.
Mais Extremo cansaço.
Mais Moleza e dor no corpo.
Mais Muitas dores nos ossos e articulações.
seta Dengue hemorrágica
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:
Mais Dores abdominais fortes e contínuas.
Mais Vômitos persistentes.
Mais Pele pálida, fria e úmida.
Mais Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
Mais Manchas vermelhas na pele.
Mais Sonolência, agitação e confusão mental.
Mais Sede excessiva e boca seca.
Mais Pulso rápido e fraco.
Mais Dificuldade respiratória.
Mais Perda de consciência.
Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem.
O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar a evolução para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.
Sintomas
Arte G1
Mais Veja imagens das manchas na pele e aspectos clínicos

É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.



Prevenção da Dengue

A prevenção é a única arma contra a doença.

A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.
Dicas para combater o mosquito e os focos de larvas

DicasDicasDicasDicasDicas
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O que é HIV

O que é HIV



A AIDS, sigla em inglês para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Acquired Immunodeficiency Syndrome), é uma doença do sistema imunológico humano resultante da infecção pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana - da sigla em inglês).
A AIDS se caracteriza pelo enfraquecimento do sistema imunológico do corpo, com o organismo mais vunerável ao aparecimento de doenças oportunistas que vão de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado com a presença do vírus HIV no organismo.
O organismo humano reage diariamente aos ataques de bactérias, vírus e outros micróbios, por meio do sistema imunológico. Muito complexa, essa barreira é composta por milhões de células de diferentes tipos e com diferentes funções, responsáveis por garantir a defesa do organismo e por manter o corpo funcionando livre de doenças.
Entre as células de defesa do organismo humano estão os linfócitos T CD4+, principais alvos do HIV. São esses glóbulos brancos que organizam e comandam a resposta diante de bactérias, vírus e outros micróbios agressores que entram no corpo humano.
O vírus HIV, dentro do corpo humano, começa a atacar o sistema imunológico ligando-se a um componente da membrana dessa célula, o CD4, penetrando no seu interior para se multiplicar. Com isso, o sistema de defesa vai pouco a pouco perdendo a capacidade de responder adequadamente, tornando o corpo mais vulnerável a doenças. Quando o organismo não tem mais forças para combater esses agentes externos, a pessoa começar a ficar doente mais facilmente e então se diz que tem AIDS. Esse momento geralmente marca o início do tratamento com os medicamentos antirretrovirais, que combatem a reprodução do vírus.
Há alguns anos, receber o diagnóstico de AIDS era uma sentença de morte. Mas, hoje em dia, é possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida. Basta tomar os medicamentos indicados e seguir corretamente as recomendações médicas. Saber precocemente da doença é fundamental para aumentar ainda mais a sobrevida da pessoa.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, ainda assim, podem transmitir o vírus a outras pessoas
Durante a infecção inicial, uma pessoa pode passar por um breve período doente, com sintomas semelhantes aos da gripe. Normalmente isto é seguido por um período prolongado sem qualquer outro sintoma. À medida que a doença progride, ela interfere mais e mais no sistema imunológico, tornando a pessoa muito mais propensa a ter outros tipos de doenças oportunistas, que geralmente não afetam as pessoas com um sistema imunológico saudável.
Assim pega:
  • Sexo vaginal sem camisinha;
  • Sexo anal sem camisinha;
  • Sexo oral sem camisinha;
  • Uso de seringa por mais de uma pessoa;
  • Transfusão de sangue contaminado;
  • Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
  • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
Assim não pega:
  • Sexo desde que se use corretamente a camisinha;
  • Masturbação a dois;
  • Beijo no rosto ou na boca;
  • Suor e lágrima;
  • Picada de inseto;
  • Aperto de mão ou abraço;
  • Sabonete/toalha/lençóis;
  • Talheres/copos;
  • Assento de ônibus;
  • Piscina;
  • Banheiro;
  • Doação de sangue;
  • Pelo ar.


O QUE É HEPATITE

O QUE É HEPATITE

O termo hepatite significa inflamação do fígado. Existem diversos tipos de hepatite, tais como aquelas induzidas por medicamentos (Alopáticos, chás medicinais ou Fitoterápicos), Doenças metabólicas (Diabetes, Obesidade e Colesterol elevado), hepatite por doença genética, Hepatite autoimune, hepatite por álcool e hepatites por vírus (hepatites virais). As hepatites Virais que são as hepatites contagiosas, causadas por vírus.

TIPOS DE HEPATITE

  • HEPATITES NÃO VIRAIS: São causadas por agentes tóxicos (medicamentos alopáticos, fitoterápicos, alguns chás ou substâncias químicas), álcool, medicamentos, doenças metabólicas ou anormalidade do sistema imunológico.
  • HEPATITES VIRAIS: Atualmente são conhecidas os seguintes tipos de vírus: ABCD e E
  • – O QUE É HEPATITE A?

    Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus A (HAV) é também conhecida como “hepatite infecciosa”, “hepatite epidêmica” ou “hepatite de período de incubação curto”.

    – QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO DA HEPATITE A?

    O período de incubação, é o intervalo entre a exposição efetiva do indivíduo suscetível ao vírus e o início dos sinais e sintomas clínicos da infecção, isto varia de 15 a 50 dias (média de 30 dias).

    – COMO A HEPATITE A É TRANSMITIDA?

    A hepatite A apresenta distribuição mundial. A principal via de contágio é a fecal- oral, por contato inter-humano ou por água e alimentos contaminados. A disseminação está relacionada às deficientes condições de saneamento básico, baixo nível sócio-econômico da população, grau deficiente de educação sanitária e condições de higiene da população. Em regiões menos desenvolvidas as pessoas são expostas ao vírus A em idades precoces, apresentando formas sub-clínicas ou anictéricas, sobretudo em crianças em idade pré-escolar. A transmissão poderá ocorrer 15 dias antes dos sintomas até sete dias após o início da icterícia(olhos amarelos).
    A transmissão sexual da hepatite A pode ocorrer com a prática sexual oral-anal (anilingus), pelo contato da mucosa da boca de uma pessoa com o ânus de outra portadora da infecção aguda da hepatite A. Também a prática dígito-anal-oral pode ser uma via de transmissão. Deve ser lembrado que um dos parceiros precisa estar infectado naquele momento para que haja transmissão da doença.
    A infecção pelo HAV não cronifica, portanto não existe hepatite A mal curada. Embora não tenha doença crônica pelo vírus da hepatite A, principalmente nos adultos com mais de 40 anos, a hepatite aguda A pode ser muito grave.

    – COMO PREVENIR A HEPATITE A?

    A hepatite A pode ser prevenida através da utilização da vacina específica contra o vírus A. Entretanto, a melhor estratégia de prevenção desta hepatite inclui a melhoria das condições de vida, com adequação do saneamento básico e medidas educacionais de higiene, como o simples ato de lavar as mãos.


    – A HEPATITE A TEM CURA?

    O prognóstico é excelente e a evolução resulta em recuperação completa. A evolução para uma hepatite fulminante, forma grave da doença, é inferior a 0,1% dos casos ictéricos. Não existem casos de hepatite crônica pelo HAV.

    – COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA HEPATITE A?

    A doença pode ocorrer de forma esporádica ou em surtos epidêmicos. Na maioria das vezes o diagnóstico de hepatite A aguda não é realizado devido à maioria dos casos cursarem sem icterícia e sem sintomas específicos. Por isso pode passar, na maioria das vezes, despercebida, favorecendo a não identificação da fonte de infecção.
    Nos pacientes sintomáticos, o período de doença se caracteriza pela presença de bílis na urina (urina cor de guaraná ou dendê), e icterícia (olhos amarelos). A freqüência da icterícia aumenta de acordo com a faixa etária, variando de 5 a 10% em menores de seis anos, chegando até 70-80% nos adultos.
    O diagnóstico específico de hepatite A aguda é confirmado, de modo rotineiro, através da detecção de anticorpos anti-HAV da classe IgM. A detecção de anticorpos da classe IgG não permite diferenciar se a infecção é aguda ou se estamos diante de uma infecção pregressa resolvida. Em surtos epidêmicos podemos confirmar a hepatite A também por vínculo epidemiológico, depois que um ou dois casos apresentaram anticorpos anti-HAV da classe IgM.

    – COMO É O TRATAMENTO DA HEPATITE A?

    O repouso é considerado medida imposta pela própria condição do paciente. A utilização de dieta pobre em gordura e rica em carboidratos é de uso popular, porém seu maior benefício é ser de melhor digestão para o paciente sem apetite. De forma prática deve ser recomendado que o próprio indivíduo doente defina sua dieta de acordo com seu apetite e aceitação alimentar. A única restrição está relacionada à ingestão de álcool. Esta restrição deve ser mantida até a liberação médica

– O QUE É HEPATITE B?

Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite B (VHB ou HBV), podendo apresentar-se como infecção assintomática ou sintomática. Em pessoas adultas infectadas com o HBV, 80 a 85% se curam espontaneamente; 15 a 20% permanecem com o vírus por mais de 6 meses, evoluindo para a forma crônica da doença. Os pacientes com a forma crônica podem apresentar-se em uma condição de replicação do vírus, o que confere maior propensão de evolução da doença para formas avançadas, como a cirrose, ou podem permanecer sem replicação do vírus, o que confere taxas menores de progressão da doença.
Em percentual inferior a 1% apresenta com quadro agudo grave (fulminante). A infecção em neonatos apresenta uma taxa de cronificação muito superior aquela que encontramos na infecção do adulto. Cêrca de 90% dos neonatos evolui para a forma crônica e pode, no futuro, apresentar cirrose e/ou carcinoma hepatocelular.

– QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO DA HEPATITE B?

O período de incubação, intervalo entre a exposição efetiva do hospedeiro suscetível ao vírus e o início dos sinais e sintomas da doença varia de 30 a 180 dias (média de 70 dias).

– COMO A HEPATITE B É TRANSMITIDA?

  • Por meio de relações sexuais desprotegidas, pois o vírus encontra-se no sêmen e nas secreções vaginais. Há que se considerar que existe um gradiente de risco decrescente desde o sexo anal receptivo, até o sexo oral insertivo sem ejaculação na boca;
  • Realização dos seguintes procedimentos sem esterilização adequada ou utilização de material descartável: intervenções odontológicas e cirúrgicas, hemodiálise, endoscopias, colonoscopias, tatuagens, perfurações de orelha, colocação de piercings;
  • Transfusão de sangue e derivados contaminados (hoje muito rara);
  • Uso de drogas com compartilhamento de seringas, agulhas ou outros equipamentos;
  • Transmissão vertical (mãe / filho);
  • Aleitamento materno;
  • Acidentes perfuro cortantes;
  • Transmissão intrafamiliar entre crianças (comum na Amazônia).

– COMO PREVENIR A HEPATITE B?

Educação e divulgação do problema são fundamentais para prevenir a hepatite B e outras ISTs. Além destas ações, a cadeia de transmissão da doença é interrompida a partir de:
  • Controle efetivo de bancos de sangue através da triagem sorológica;
  • Uso da camisinha nas relações sexuais;
  • Vacinação contra hepatite B, disponível no SUS para as seguintes situações:
Vacina
Atualmente, o Sistema Único de Saúde disponibiliza gratuitamente vacina contra a hepatite B, em qualquer idade e em qualquer posto de saúde.
Em recém-nascidos, a primeira dose da vacina deve ser aplicada logo após o nascimento, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão vertical. Caso isso não tenha sido possível, iniciar o esquema o mais precocemente possível, na unidade neonatal ou na primeira visita ao Posto de Saúde. A vacina contra hepatite B pode ser administrada em qualquer idade e simultaneamente com outras vacinas do calendário básico.
A imunização contra a hepatite B é realizada em três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose (0, 1 e 6 meses). No Brasil a vacinação em postos de saúde está franqueada a qualquer cidadão com qualquer idade. Noventa (90) dias após a vacina, fazer o teste anti-HBs para ver se ganhou imunidade.
. Uso de Imunoglobulina Humana Anti-Vírus da hepatite B nas seguintes situações:
  • Recém-nascidos de mães portadoras;
  • Contatos sexuais com portadores ou com infecção aguda (o mais cedo possível e até 14 dias após a relação sexual);
  • Vítimas de violência sexual (o mais cedo possível e até 14 dias após o estupro);
  • Acidentes ocupacionais segundo Manual de Exposição Ocupacional – Recomendações para atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional a material biológico: HIV e hepatites B e C, que pode ser encontrado no site www.aids.gov.br
  • Uso de equipamentos de proteção individual pelos profissionais da área da saúde;
  • Não compartilhamento de alicates de unha, lâminas de barbear, escovas de dente, equipamentos para uso de drogas.

– COMO SE FAZ A DETECÇÃO DA HEPATITE B?

O diagnóstico da hepatite B é feito por meio de exame de sangue específico (sorologia ou teste rápido). Além dos medicamentos (quando necessários), indica-se corte no consumo de bebidas alcoólicas pelo período mínimo de seis meses e remédios para aliviar sintomas como vômito e febre.

– COMO É O TRATAMENTO DA HEPATITE B?

Hepatite aguda: acompanhamento ambulatorial com tratamento sintomático, repouso relativo, dieta conforme a aceitação, normalmente de fácil digestão, pois freqüentemente os pacientes estão com um pouco de anorexia e intolerância alimentar; abstinência de consumo alcoólico e uso de medicações para vômitos e febre, se necessário.
Hepatite crônica: O tratamento medicamentoso está indicado para algumas formas da doença crônica, e devido à sua complexidade, deverá ser realizado em ambulatório especializado. Os medicamentos Peg-Interferon, Tenofovir, Entecavir estão disponíveis na rede pública.
Varios novos medicamentos estão em estudo para o tratamento da hepatite B. Estes medicamentos terão como objetivo eliminar o vírus, ao invés de controlar a doença como fazemos atualmente.
Acredita-se que o tratamento da Hepatite B crônica poderá eliminar completamente o vírus dentro de 5 anos.

– QUEM SÃO OS COMUNICANTES DOS PORTADORES DE HEPATITE B?

  • Parceiros sexuais.
  • Indivíduo que compartilha material para uso de drogas (seringas, agulhas, canudos etc.).
  • Filhos de mãe portadora.
  • Indivíduos do mesmo domicílio que compartilham lâminas de barbear ou outros aparelhos perfurocortantes.

– O QUE É HEPATITE C?

É a inflamação no fígado provocada pelo vírus C (HCV, também conhecido como VHC). No início não passa de uma pequena inflamação hepática, mas que, progressivamente, pode evoluir para uma fibrose que, se não tratada, leva à cirrose hepática e , consequentemente, a um câncer de fígado. Cerca de 30% dos portadores deste vírus correm risco de evolução para uma doença hepática avançada.

– POR QUE A HEPATITE C É COMPLEXA?

Antes de tudo, porque não há vacina contra a Hepatite C. Outra razão é que a ação do vírus é lenta e silenciosa (na maioria dos casos não apresenta qualquer sintoma) e em 80 a 85% dos infectados, torna-se crônica em pouco tempo, estabelecendo-se no organismo por vários anos. Atenção: nem todos os indivíduos infectados evoluem para doença hepática grave. Estima-se que 30% do universo dos portadores deste vírus tenha uma doença grave no seu fígado ao longo de décadas com o vírus no seu organismo.

– FORMAS DE CONTÁGIO COM O VÍRUS DA HEPATITE C

  • O vírus da Hepatite C é transmitido pelo sangue ou seus derivados. Assim a partilha de material perfurocortante (agulhas, seringas, lamina de barbear, etc) podem transmitir a doença.
  • Pessoas que receberam transfusão de sangue ou plasma antes de 1993 podem ser portadoras do vírus da hepatite C
  •  Algumas práticas sexuais traumáticas estão associadas a transmissão da doença, todavia estas são formas de transmissão de menor frequência.

– SINTOMAS DA HEPATITE C

Na maioria dos casos, no início, não apresenta nenhum sinal ou sintoma. Quando ocorrem, são:
  • Sintomas de resfriado ou gripe;
  • Elevação dos níveis de enzimas hepáticas;
  • Fadiga (cansaço muscular);
  • Perda de apetite;
  • Dores nas juntas (articulações) ou musculares;
  • Náuseas;
  • Dores nas pernas (“batata da perna”) e pernas cansadas;

– COMO PROCEDER QUANDO OBSERVAR UM OU MAIS SINTOMAS POSSIVELMENTE RELACIONADOS À PRESENÇA DO VÍRUS C?

  • Imediatamente procurar um médico hepatologista (um gastroenterologista ou um infectologista, que tenham conhecimento em hepatites virais);
  • Procure também um grupo de apoio a portadores do vírus C, o qual lhe dará informações e indicações do caminho a seguir;
  • E o mais importante: não se desespere, continue com sua rotina normal, mantenha-se em atitude positiva, pois a hepatite C tem cura e você não está sozinho nesta luta.

– QUAL O EXAME QUE DETECTA A HEPATITE C ?

O teste mais simples, chamado anti-HCV; este teste é realizado através de uma simples coleta de sangue. O exame pode ser de sorologia ou teste rápido.

– EXAMES COMPLEMENTARES PARA DETECÇÃO DA HEPATITE C

Caso o resultado do anti-HVC seja positivo, deve ser feito o exame HVC-RNA (PCR qualitativo). Se confirmado o diagnóstico, o médico solicitará outros exames e poderá ser feita uma biópsia hepática ou fibroscan.

– O QUE É O EXAME HVC-RNA POR PCR?

É um teste direto que detecta, quantifica e caracteriza componentes da partícula viral. O RNA-PCR lhe trás três informações; qualitativo, quantitativo e determina o genótipo do vírus (definem os aspectos genéticos do vírus). O teste qualitativo indica a presença do vírus na circulação sanguínea. O quantitativo mede a quantidade de vírus por unidade de volume de sangue e a genotipagem indica a linha de tratamento. O teste quantitativo só deve ser solicitado antes do tratamento e na 12ª semana de tratamento.

– POR QUE MUITOS MÉDICOS PEDEM FREQUENTEMENTE O PCR (HCV-RNA) QUANTITATIVO?

A quantificação do vírus (carga viral) não tem relação com o prognóstico ou a história natural da doença. Serve para ajudar a entender a chance de resposta ao tratamento, como também para avaliar a resposta as medicações iniciadas.
É preciso investir em educação médica na área. Hepatologistas solicitam muito pouco a quantificação viral.

– O QUE É A BIÓPSIA HEPÁTICA?

Biópsia de fígado ou biópsia hepática é um procedimento por meio do qual se retira um pequeno fragmento de tecido hepático que será examinado sob microscópio de forma a identificar as causas ou analisar o estágio de evolução de uma doença do fígado.

– PRINCIPAIS TIPOS DE BIÓPSIA

O método mais comum é o percutâneo ou transparietal, onde a retirada da amostra do tecido hepático é feito através de uma agulha especial com anestesia local. Pode ser feita com uma ultrassonografia prévia marcando o local da punção ou ao mesmo tempo em que é realizada a ultrassonografia. Este é um método seguro, simples e barato. Outro método usado é a laparoscopia. Pela laparoscopia, sob anestesia geral, um instrumento (câmera) é inserido através de um pequeno corte na parede abdominal. É ainda realizado outro pequeno corte por onde será retirado o fragmento do fígado para ser analisado por um médico patologista.

– O QUE É FIBROSCAN

Fibroscan é um procedimento para medir a elasticidade hepática. Parace um ultrassom e não é invasivo. Em muitos casos pode substituir a Biópsia para estadiar a hepatite C e definir tratamento. O Fibroscan ainda é escasso no Brasil e está disponível em poucas unidades do SUS.

– QUAIS SÃO AS PESSOAS CONSIDERADAS VULNERÁVEIS A CONTRAIR A HEPATITE C

  • Quem recebeu transfusão de sangue ou hemoderivados antes de 1993;
  • Quem fez ou faz hemodiálise;
  • Pessoas que tinham hábito de tomar estimulantes e fortificantes venosos nas décadas de 70 e 80 (Gloconergan, Tiaminose, Glicose, etc) com seringas de vidro. Muitas vezes estes medicamentos eram aplicados em farmácias ou por farmacêuticos práticos;
  • Hemofílicos;
  • Quem usa ou usou drogas injetáveis ou aspiradas;
  • Quem teve ou tem múltiplos parceiros sexuais ou que faz ou fez sexo de comportamento de risco;
  • Pessoas que fizeram acupuntura sem uso do material descartável;
  • Pessoas que colocaram tatuagem ou “piercings”;
  • Profissionais da área de saúde que têm contato com sangue, tais como médicos, enfermeiros, dentistas, laboratoristas, etc;
  • Familiares de portadores do vírus C;
  • Receptores de órgãos ou tecidos transplantados;
  • Pessoas que em exames de rotina apresentam valores acima do normal para enzimas como TGO (AST), TGP (ALT) e outras ligadas às funções hepáticas;
  • Pessoas que usaram medicação com seringa de vidro.
Na década de 70 e 80 era muito comum a automedicação, mesmo em farmácias, com estimulantes do tipo Glucoenergan, Energizan, Tiaminose, Complexo B + Glicose. Estes medicamentos eram utilizados por via endovenosa com seringas de vidro. Na Bahia, este hábito foi um dos principais responsáveis pela disseminação da doença. Se você tinha este hábito, procure o seu médico e solicite investigação para hepatite C.

– HÁ TRATAMENTO PARA A HEPATITE C?

Sim, mas nem todos os pacientes com o vírus C necessitam de tratamento de imediato. Seu médico saberá verificar o comprometimento hepático e se você vai se beneficiar com o tratamento.

– PACIENTES QUE DEVEM SER TRATADOS DA HEPATITE C

O tratamento é indicado principalmente em:
– Infectados não tratados anteriormente com os medicamentos daclatasvir, simeprevir ou sofosbuvir, e que apresentem resultados de exame indicando fibrose hepática avançada (METAVIR F3 ou F4). 
– Infectados nunca tratados ou os não respondedores a um tratamento anterior com interferon com fibrose avançada (METAVIR F3 ou F4). 
– Infectados com uma biopsia com resultado F2 presente há mais de três anos. 
– Coinfectados com HIV (AIDS), com qualquer grau de fibrose. 
– Infectados com manifestações extra-hepaticas com acometimento neurológico motor incapacitante, porfiria cutânea, líquen plano grave com envolvimento de mucosa. 
– Infectados com crioglobulinemia com manifestação em órgão-alvo (olhos, pulmão, sistema nervoso periférico e central), glomerulonefrite, vasculites e poliarterite nodosa. 
– Infectados com sinais clínicos ou evidências ecográficas sugestivas de cirrose hepática (varizes de esôfago, ascite, alterações da morfologia hepática compatíveis com cirrose). 
– Infectados com insuficiência hepática e ausência de carcinoma hepatocelular, independentemente da necessidade de transplante hepático. 
– Infectados com insuficiência renal crônica. 
– Infectados com púrpura trombocitopênica idiopática (PTI). 
– Infectados após um transplante de fígado ou outros órgãos sólidos. 
– Infectados com linfoma, gamopatia monoclonal, mieloma múltiplo e outras doenças hematológicas malignas (Cuidado com possíveis interações medicamentosas)

– QUEM NÃO DEVE SER TRATADO DA HEPATITE C?

– Infectados que abusam de álcool ou drogas. 
– Infectados que apresentam cardiopatia grave. 
– Infectados que apresentam disfunção tiroidiana grave. Com distúrbios psiquiátricos não tratados. 
– Infectados com neoplasia recente. 
– Infectados com insuficiência hepática ou antecedente um transplante de órgão solido que não seja o fígado. 
– Infectados com distúrbios hematológicos: anemia, leucopenia, plaquetopenia (glóbulos vermelhos, leucócitos ou plaquetas baixas). 
– Infectados com doenças autoimunes.

– EXISTE TRATAMENTO ALTERNATIVO PARA A HEPATITE C?

Não existe tratamento alternativo para a Hepatite C cientificamente comprovado. Em que pese várias ervas medicinais estarem em fase de observação, não há resultados científicos que comprovem que as mesmas possam ter efeitos diretos ou indiretos beneficiando o portador do vírus da hepatite C. Os pacientes devem ficar alertas, pois essa é uma área onde há muita exploração da boa fé dos pacientes.

– QUAIS OS GENÓTIPOS E SUBTIPOS DA HEPATITE C (GENÉTICA DO VIRUS)

  • Através do exame de genotipagem se identifica os genótipos. No Brasil, os genótipos mais comuns são  1, 2 e 3. Os genótipos 4, 5 e 6 são raros no Brasil. Os genótipos definem os aspectos genéticos do vírus.
  • Na Europa e América também predominam os genótipos 1,2 e 3. No Brasil 75% dos contaminados têm o genótipo tipo 1. Os 25 % restantes são 2 e 3. Os genótipos somente indicam o comportamento do vírus durante o tratamento.
  • É importante a determinação do genótipo antes do tratamento.

– OS GENÓTIPOS DA HEPATITE C NO BRASIL E A POSSIBILIDADE DE CURA

Com a chegada dos medicamentos orais livres de interferon os genótipos 1 e 2 passam a ser os que obtêm a maior possibilidade de cura com o tratamento e a preocupação dos médicos passam a ser os infectados com o genótipo 3, porque é o genótipo que responde menos que os outros genótipos. Os infectados com o genótipo 3 para aumentar a resposta terapêutica devem receber seis meses de tratamento, contra somente três meses no tratamento dos genótipos 1 e 2. 
 – Prevenção da Hepatite C
Não existe vacina contra a hepatite C, portanto a prevenção desta doença está baseada em alerta e orientação. Não se deve partilhar, de maneira alguma, instrumentos perfurocortantes que, após serem colocados em contato com o sangue de uma pessoa, possam recortar a sua pele. Além disso, na presença de outras doenças sexualmente transmissíveis, essa transmissão pode ser facilitada pela via sexual, via esta que é muito pouco importante na transmissão da Hepatite C. Em caso de contato sexual com parceiro desconhecido, é sempre recomendável o uso de camisinha.

– QUE CUIDADOS DEVEM TER OS PORTADORES DO VÍRUS C?

  • NÃO INGERIR BEBIDA ALCÓOLICA;
  • VACINAR-SE CONTRA AS HEPATITES A e B quando susceptível ( se não possuir anti-corpos contra estas viroses );
  • Individualizar o uso de alicates ou cortadores de unhas, tesouras, escovas de dente, navalhas ou aparelhos de barbear, seringas ou objetos perfurocortantes. Jamais partilhá-los;
  • Não doar sangue, hemoderivados, órgãos ou sêmen;
  • Informar ao seu médico, dentista ou profissional da área de saúde que é portador do vírus C;
  • Tendo um ferimento, deve mantê-lo sempre coberto por um curativo;
  • Ter cuidado com o sangue da menstruação;
  • Usar camisinha no ato sexual. Esse aspecto é importante para aqueles (as) sem uma relação estável e monogâmica;
  • Incentivar ou providenciar que TODAS as pessoas que residam com você, façam o teste anti-HVC.

– UM PORTADOR DO VÍRUS C PODE SER DOADOR DE SANGUE?

Não pode. Mesmo que o vírus não esteja em atividade no seu fígado, ele pode estar presente em forma latente em outros órgãos e tecidos.

– EM ESTADO GESTACIONAL A MÃE TRANSMITE O VÍRUS C PARA O FILHO?

Raramente a mãe transmite o vírus C para o filho durante o parto. Essa situação é considerada excepcional e está relacionada a uma carga viral muito elevada ou com a co-infecção com o HIV. Via da regra menos de 5% das crianças nascidas de mães portadoras do vírus C se contaminam com esta doença.

– O LEITE MATERNO TRANSMITE O VÍRUS C?

Não. A mãe pode amamentar tranqüilamente o seu filho.

– A MULHER GRÁVIDA PODE FAZER O TRATAMENTO CONTRA A HEPATITE C?

A mulher grávida não deve ser tratada contra a hepatite C, pois a ribavirina é uma droga teratogênica que pode causar má formação no feto. Já o Interferon tem efeitos pouco conhecidos na gravidez. Caso a mulher esteja grávida, é melhor deixar o tratamento para o pós-parto.

– ATRAVÉS DO BEIJO SE TRANSMITE HEPATITE C?

Não existe nenhuma informação científica que comprove a transmissão do vírus pelo beijo, a não ser que haja sangramento ou ferimento na boca de ambos, e que um deles seja portador do vírus. Também o vírus da hepatite C NÃO é transmitido por abraços, apertos de mão, ou outros contatos físicos.

– O QUE É CARGA VIRAL?

Carga viral significa a quantidade de partículas virais que está circulando por cada mililitro de sangue. A importância da carga viral se dá apenas para o prognóstico do tratamento, ou seja, na predição de resposta ao tratamento.

– A CARGA VIRAL PODE DETERMINAR SE O INDIVÍDUO TEM UMA INFLAMAÇÃO EM LARGA ESCALA NO FÍGADO?

Não. A carga viral só tem importância na predição de resposta ao tratamento.

– POR QUE MUITOS TÊM CARGA VIRAL ALTÍSSIMA E OS DANOS NO FÍGADO SÃO INSIGNIFICANTES E MUITOS TÊM UMA CARGA VIRAL BAIXA E JÁ MOSTRAM SINAIS DE DANOS SIGNIFICATIVOS?

Depende da interação do vírus com o hospedeiro. Trata-se de uma complexa relação que não pode ser simplificada em poucas palavras.

– POR QUE ALGUNS MÉDICOS NÃO FAZEM NENHUM TIPO DE PROCEDIMENTO QUANDO É DETECTADA VARIZES NO ESÔFAGO? NÃO SERIA UM RISCO AGUARDAR POR UMA HEMORRAGIA?

Só as varizes de médio e grosso calibre estão em risco de sangramento, por isso só elas merecem abordagem terapêutica.

– O HISTÓRICO DE VIDA DO INDIVÍDUO PODE AJUDAR OU PREJUDICAR NA HEPATITE C?

Sim. Obesidade e consumo de álcool fazem a doença progredir mais rápido.

– UM INDIVÍDUO CONSIDERADO BOM RESPONDEDOR MANTÉM ESSE RESULTADO INDEFINITIVAMENTE?

98% das vezes, sim.

– POR QUE MUITOS MÉDICOS DIZEM QUE A ALIMENTAÇÃO NADA INFLUI EM RELAÇÃO AO FÍGADO?

Porque não existem dados científicos que comprovem. Hoje devemos desconfiar do charlatanismo nesta área. Muitos fazem dietas mirabolantes, usam medicamentos formulados ou naturais. Nada disso é cientificamente comprovado.

– PORQUE O ÁLCOOL É PREJUDICIAL A QUEM ESTÁ COM HEPATITE C?

O álcool é um fator adjuvante na agressão hepática do portador de hepatite C; o álcool aumenta a fibrose hepática que por sua vez aumenta o risco de evolução para uma cirrose. Além disso, o álcool tem efeitos imunológicos, diminuindo a ação imunológica do hospedeiro contra o vírus; esse fato pode elevar a replicação viral.

– FAZENDO O TRATAMENTO, É PROVÁVEL QUE O VÍRUS FIQUE MAIS LENTO DANDO REALMENTE “DESCANSO” PARA O FÍGADO, ADIANDO ASSIM, QUE UM GRAU DE FIBROSE DEMORE MAIS PARA IR ADIANTE?

Na maioria dos casos.

– O EXAME ALFA FETO PROTEÍNA, É EFICAZ EM DIAGNOSTICAR QUE O INDIVÍDUO PODE TER CÂNCER?

Juntamente com a ultra-sonografia de abdome tem sensibilidade estimada em 60%. Não temos nada melhor como rastreamento barato e de fácil execução. A alfa feto proteína sozinha não permite dizer que o paciente tem câncer hepático.

– O QUE É CIRROSE HEPÁTICA?

A cirrose hepática é a substituição de tecido funcionante do fígado por um tecido fibroso não funcionante que destorce o órgão e atrapalha a circulação do sangue dentro do fígado. Além de causar insuficiência do fígado, pode causar também hipertensão do “sistema porta” com formação de varizes no esôfago e risco de sangramento digestivo.

– QUANTOS ESTÁGIOS TEM A CIRROSE?

A cirrose é classificada conforme o comprometimento da função do fígado; pela classificação de “Child-Pugh” em a, b e c. O c é o estágio mais avançado.

– POR QUE ALGUMAS PESSOAS VIVEM DURANTE ANOS COM O VÍRUS E JAMAIS DESENVOLVERAM CIRROSE?

Não se sabe ao certo, mas a fibrose hepática é um fenômeno dependente da genética do indivíduo.

– EM UM CIRRÓTICO QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO PARA O FÍGADO?

Se curar, pode haver uma pequena regressão da cirrose.

– EXISTE ALGUM EXAME QUE DEFINA COM PRECISÃO O TEMPO DE CONTAMINAÇÃO DO PACIENTE PORTADOR DE HEPATITE C?

Pela biópsia se sabe o estado em que o fígado se encontra, porém não há exame para determinar o tempo de contaminação.

– UMA VEZ CURADA DA HEPATITE C, UMA PESSOA PODE REINFECTAR-SE COM O MESMO OU OUTRO GENÓTIPO?

Uma vez o paciente considerado curado, ele pode contaminar-se novamente, com o mesmo genótipo ou outro genótipo. No caso do mesmo anticorpo, a razão  é que não tem anticorpo neutralizante.

– A HEPATITE C É CURADA POR UM TRANSPLANTE DE FÍGADO?

O que é curado por um transplante de fígado é a cirrose hepática ou o câncer de fígado e não a hepatite C, visto que a infecção geralmente reincide no paciente transplantado. O que acontece é que parte dos pacientes transplantados que obtiveram a recidiva da infecção pode ser submetida a novo tratamento antiviral. Além disso a evolução da doença pode ser bem lenta nesses pacientes.
Hoje, se pode tratar os pacientes pos-transplante com segurança e elevada taxa de sucesso.

– QUAL A PROBABILIDADE REAL E COMPROVADA DE QUE O TRANSPLANTE PODE DAR UMA SOBREVIDA SAUDÁVEL AO TRANSPLANTADO?

Mais de 70% em dez anos.

– QUANDO SE FAZ O TRANSPLANTE, QUANTO TEMPO SE PODE PREVER PARA QUE O NOVO FÍGADO COMECE A DAR SINAL QUE JÁ ESTÁ COM UM CERTO GRAU DE INFLAMAÇÃO?

Na Hepatite C o retorno da infecção no novo órgão é esperado, contudo pode levar décadas para complicações. Certamente que pode ser mais rápido em alguns casos. Com os medicamentos atuais, a partir de três meses pós-transplante, pode-se indicar o tratamento.

– EXISTE LIMITE DE IDADE PARA COMEÇAR O TRATAMENTO DA HEPATITE C?

De acordo com os critérios oficiais do Ministério da Saúde para o tratamento da hepatite C, a faixa de idade recomendável para o tratamento, é de 18 a 70 anos. Os medicamentos atuais não limitam idade máxima , mas a maioria dos estudos só testou as drogas em indivíduos com mais de 18 anos

– O PORTADOR DO VÍRUS C PODERÁ TER COMO CONSEQUÊNCIA, PROBLEMA DE PRESSÃO ARTERIAL, DE DIABETE, TIREÓIDE OU OUTROS PROBLEMAS DE SAÚDE?

O portador de hepatite C tem, aparentemente, maior risco de desenvolver doenças na tireóide, além de resistência a insulina e conseqüentemente diabetes. Contudo, esse risco é baixo, excetuando-se aqueles submetidos ao tratamento com Interferon cujo risco para o desenvolvimento dessas doenças aumenta um pouco mais.

– QUAL O MOTIVO PELO QUAL O BAÇO TEM UM AUMENTO ACENTUADO EM TODOS OS PORTADORES DA HEPATITE C?

A cirrose. Só acontece com os cirróticos.

– QUAIS SÃO OS MEDICAMENTOS UTILIZADOS ATUALMENTE NO TRATAMENTO DA HEPATITE C?

Atualmente são usados principalmente três medicamentos (Sofosbuvir, Daclastasvir e Simeprevir) no tratamento da hepatite C no SUS. No sistema privado há ainda o Paritaprevir-R + Ombitasvir +Desabuvir (Esquema 3D). O tratamento deve ser com a combinação dos medicamentos (Sofosbuvir + Daclatasvir ou Sofosbuvir + Simeprevir ou Esquema 3D com ou sem Ribavirina).  Em breve será incorporado o Viekira Pak aos medicamentos disponibilizados pelo SUS, que é indicado para os renais crônicos.

– QUAIS OS EFEITOS COLATERAIS MAIS COMUNS A TODOS QUE PASSAM PELO TRATAMENTO DA HEPATITE C?

Praticamente não existem efeitos adversos. Raramente, pode haver náusea e alteração de ritmo intestinal. O Simeprevir pode gerar fotossensibilidade, daí a recomendação de proteção ao Sol. O esquema 3D pode também gerar reação na pele em alguns poucos pacientes.
O mais importante são as interações medicamentosas. Antes de escolher o esquema, o médico deve saber todos os medicamentos que o paciente está usando para evitar problemas. Chás , Fitoterápicos e Medicamentos naturais devem ser preferencialmente suspensos ou informado ao médico.

– DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A EVOLUÇÃO DA HEPATITE C:

  • De cada 100 pessoas infectadas pelo vírus C, cerca de 15 a 20 estarão livres do vírus dentro de 3 meses;
  • Dos restantes 85 – 80, cerca de 20 não sofrerão nenhum dano ou sintoma hepático;
  • 30 – 45 terão danos no fígado em 13 a 30 anos;
  • Deste último grupo, 15 – 20 desenvolverão cirrose no período de 20 a 30 anos;
  • De 5 – 10 pessoas que têm cirrose hepática desenvolverão câncer de fígado, 25 a 30 anos após a infecção inicial;
  • No ano 2000, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde, haviam cerca de 200.000.000 (duzentos milhões) de pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C no mundo.

– O QUE É HEPATITE D?

Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite D (Delta). Este vírus só infecta pacientes portadores do Vírus da Hepatite B , pois ele precisa se utilizar de componentes do VHB para o seu ciclo de vida. É um vírus que parasita outro vírus. Geralmente , a infecção pelo Vírus D é sintomática e muitas vezes grave.
A maioria dos casos de Hepatite D no Brasil são da Amazônia ocidental , local de alta endemicidade para esta doença.

– QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO DA HEPATITE D?

Semelhante ao da Hepatite B

– COMO A HEPATITE B É TRANSMITIDA?

Semelhante à Hepatite B

– COMO PREVENIR A HEPATITE D?

Semelhante a Hepatite B. A vacina contra a Hepatite B também protege contra a Hepatite D.

– COMO É O TRATAMENTO DA HEPATITE D?

Hepatite aguda: acompanhamento ambulatorial com tratamento sintomático, repouso relativo, dieta conforme a aceitação, normalmente de fácil digestão, pois frequentemente os pacientes estão com um pouco de anorexia e intolerância alimentar; abstinência de consumo alcoólico e uso de medicações para vômitos e febre, se necessário.
Hepatite crônica: O tratamento medicamentoso está indicado para algumas formas da doença crônica, e devido à sua complexidade, deverá ser realizado em ambulatório especializado. Os medicamentos Peg-Interferon, Adefovir, Tenofovir, Entecavir e Lamivudina estão disponíveis na rede pública.

– QUEM SÃO OS COMUNICANTES DOS PORTADORES DE HEPATITE D?

  • Parceiros sexuais;
  • Indivíduo que compartilha material para uso de drogas (seringas, agulhas, canudos, etc.);
  • Filhos de mãe portadora;
  • Indivíduos do mesmo domicílio que compartilham lâminas de barbear ou outros aparelhos perfuro cortantes.

– O QUE É HEPATITE E?

Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus E (HEV) é também conhecida como “hepatite infecciosa”, “hepatite epidêmica” ou “hepatite de período de incubação curto”. Esta forma de Hepatite ainda é pouco estudada no Brasil. A maioria dos estudos são asiáticos devido a endemia desta doença na Ásia.
As grandes epidemias de hepatite E acontecem ainda hoje na África e na Ásia,  regiões mais pobres e carentes de saneamento básico. Por outro lado,  casos esporádicos de hepatite E são hoje descritos em todo o Mundo.
O conceito que se tinha da hepatite E até pouco tempo é de que se tratava de uma doença unicamente aguda, muito semelhante a hepatite A.  Mais recentemente, se demonstrou que o vírus da hepatite E pode ficar latente no organismo e se reativar mediante imunossupressão. Isso explica casos de hepatite E observados em pacientes pós-transplante de fígado, rim e medula óssea, quando recebem medicamentos que diminuem atividade do sistema imunológico para evitar a rejeição. Assim sendo, o vírus da hepatite E passou a ser uma preocupação diagnostica entre os casos de hepatite crônica, principalmente nos pacientes que usam medicações que diminuem a atividade do seu sistema imunológico.

– QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO DA HEPATITE E?

A infecção pelo vírus da hepatite E segue o curso natural de todas as Hepatites Virais. Há um período de incubação que no caso varia de 15 a 40 dias, seguido do período de estado. Não mais do que 20%dos indivíduos infectados desenvolvem icterícia (olhos amarelos). Muitos apresentam os sintomas inespecíficos. Isso significa que, semelhante ao que acontece com outras hepatites virais, a maior parte das hepatites agudas E  não tem diagnostico.

– COMO A HEPATITE E É TRANSMITIDA?

A hepatite E apresenta distribuição mundial, mas se concentra na Ásia e na África. Semelhante ao que acontece na Hepatite A, a principal via de contágio da Hepatite E é a fecal- oral, por contato inter-humano ou por água e alimentos contaminados. O vírus da hepatite E pode infectar diversos mamíferos, incluindo o porco, o javali, o cervo e, provavelmente, alguns roedores. A sua transmissão através da ingestão ou manipulação de carne desses animais já foi comprovada, todavia na situação especifica do suíno, não se tem qualquer comprovação de transmissão no Brasil.
Na Europa e estados Unidos já se documentou a presença do Virus E no leite de vaca e na carne de porco vendida em açougues.
A disseminação está relacionada às deficientes condições de saneamento básico, baixo nível socioeconômico da população, grau deficiente de educação sanitária e condições de higiene da população. O consumo de frutos do mar cus (Ex Lambreta e Ostra Crua) também podem transmitir a doença. Em regiões menos desenvolvidas as pessoas são expostas ao vírus E em idades precoces, apresentando formas sub-clínicas ou anictéricas, sobretudo em crianças em idade pré-escolar. A transmissão poderá ocorrer 15 dias antes dos sintomas até sete dias após o início da icterícia(olhos amarelos).
A Hepatite E na fase aguda pode causar formas graves, principalmente em mulheres grávidas.A infecção pelo HEV costuma se resolver espontaneamente, mas em alguns casos pode cronificar, A Hepatite E pode se tornar uma doença crônica de fígado em pacientes submetidos a imunossupressão, como acontece em pacientes transplantados de órgãos e tecidos. Alguns especialistas referem a possibilidade de existir transmissão entre animais e homens, já que vários macacos, porcos, vacas, ovelhas, cabras e roedores são susceptíveis à infecção com o vírus da hepatite E.

– COMO PREVENIR A HEPATITE E?

A hepatite E, a melhor estratégia de prevenção desta hepatite E inclui a melhoria das condições de vida, com adequação do saneamento básico e medidas educacionais de higiene, como o simples ato de lavar as mãos. Deve-se evitar o consumo de água de procedência duvidosa, como também o consumo de frutos do mar crus ou mal cozidos.
Não existe ainda vacina contra hepatite E.

– COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA HEPATITE E?

A doença pode ocorrer de forma esporádica ou em surtos epidêmicos. Na maioria das vezes o diagnóstico de hepatite E aguda não é realizado no Brasil, pois os testes não estão disponíveis no serviço público de saúde.
Nos pacientes sintomáticos, o período de doença se caracteriza pela presença de bílis na urina (urina cor de guaraná ou dendê), e icterícia (olhos amarelos). A frequência da icterícia aumenta de acordo com a faixa etária, variando de 5 a 10% em menores de seis anos, chegando até 70-80% nos adultos.
O diagnóstico específico de hepatite E aguda é confirmado, através de exames de sangue chamados anti-VHE IgG e IgM. Estes são confirmados por biologia molecular. A detecção de anticorpos da classe IgG não permite diferenciar se a infecção é aguda ou se estamos diante de uma infecção já resolvida espontaneamente.

– A HEPATITE E PODE SER CRÔNICA?

Sim, em indivíduos com o sistema imunológico deprimido. Isso pode ocorrer em portadores do HIV e pacientes em uso de medicamentos imunossupressores, tais como os pacientes com transplante de órgãos

– COMO É O TRATAMENTO DA HEPATITE E?

O tratamento pode ser com Ribavirina ou Interferon. Habitualmente, há excelente resposta a esses dois medicamentos.